Perú - Selva Andina

Pensa-se que o café foi introduzido no Peru no século XVIII, muito provavelmente vindo das Caraíbas. O investimento europeu no início do século XX transformou-o num negócio comercial, com exportações em crescimento. Investidores britânicos aproveitaram a oportunidade para estabelecer grandes plantações, tornando o cultivo e a colheita dos grãos de café mais eficientes.

Contudo, após a Segunda Guerra Mundial, a maioria dos interesses britânicos foi vendida e as propriedades foram redistribuídas por milhares de pequenos produtores. Atualmente, existem cerca de 150.000 agricultores de café no Peru, a maioria dos quais trabalha em parcelas que não ultrapassam os 3 hectares.

Muitos cultivam em encostas em socalcos, e dada a pequena escala das operações, o terreno acidentado e difícil representa um verdadeiro desafio para transportar a colheita até uma estação de processamento ou ao mercado. Um surto severo de ferrugem do cafeeiro em 2014 também não ajudou.

Apesar disso, os cafeicultores peruanos têm sabido adaptar-se: cerca de um terço está organizado em cooperativas. Grande parte do cultivo é feito à sombra, e o café representa atualmente cerca de 600 milhões de dólares em exportações anuais do país.

Tradicionalmente, muitos grãos peruanos — graças ao seu corpo leve e sabor ligeiramente ácido — foram usados em misturas com outros cafés da América Latina. Mas hoje, um número crescente de produtores está a focar-se na produção de cafés de especialidade de alta reputação, muitos deles orgânicos, cultivados à sombra e de qualidade superior (arábica).